Deixando para trás a nefasta política de “campeões nacionais”, o BNDES vem aumentando suas linhas de crédito para as pequenas e médias empresas, para a agricultura e para a aquisição de bens de capital por meio do Finame, ao mesmo tempo que moderniza seus sistemas operacionais. Um bom exemplo é o programa BNDES Giro, destinado às empresas de menor porte, relançado em agosto do ano passado. Inicialmente, previa-se que essa carteira alcançasse R$ 20 bilhões por ano. Agora, a projeção é de que os financiamentos pelo programa somem R$ 21,5 bilhões neste ano, mais que o triplo dos valores desembolsados em 2017 (R$ 7,1 bilhões).
Esse sucesso se explica em grande parte pelo fato de que o BNDES Giro e os programas de crédito à agricultura terem sido os primeiros a ser inscritos no BNDES Online, plataforma tecnológica para comunicação com as instituições repassadoras de operações indiretas. Esse software dispensa o envio de vários documentos para análise pelo banco de fomento, já que permite a verificação, quase em tempo real, tanto das informações prestadas pelo cliente quanto a checagem de dados na Receita Federal.
Essa desburocratização possibilita a aprovação muito mais rápida dos pedidos de crédito. Pode haver alguma discrepância entre os programas, diz Marcelo Porteiro, gerente da área de Operações Indiretas do BNDES, mas o tempo médio para a aprovação pode ser reduzido de dez dias “para alguns segundos”. E esta “não é uma figura de linguagem”, acrescenta.
Também com o objetivo de modernizar e simplificar, o Banco Central passou recentemente a permitir que Microempreendedores Individuais (MEIs) também possam operar contas bancárias por meios eletrônicos. O BNDES promete colocar o Finame em sua plataforma tecnológica ainda no primeiro semestre, de modo a desburocratizar o programa que prevê financiamentos de R$ 24 bilhões neste ano para a compra de equipamentos, inclusive veículos de carga.
De sua parte, o BNDES vem dando maior destaque aos Criatecs, fundos com recursos do banco e outras fontes, para apoio a projetos inovadores das pequenas e médias empresas. Em sua fase III, esses fundos já beneficiaram 70 empresas, dando origem a 60 patentes e à criação de mais de mil produtos.