Ter profissionais na empresa que, além de competentes, estão engajados nos princípios e objetivos da companhia é, provavelmente, o sonho de qualquer CEO. Mas como medir um indicador tão humano e subjetivo?
Há empresas que estão apostando em um método objetivo que se baseia em uma única pergunta ao time de colaboradores. O eNPS, “employee Net Promoter Score”, gera um índice numérico a partir da pergunta “De 0 a 10, qual é a probabilidade de você indicar um amigo ou familiar qualificado para trabalhar na sua empresa?”. O indicador foi baseado no NPS, criado pelo professor de negócios norte-americano Fred Reichheld, um dos fundadores da Bain & Company, para medir a fidelidade de consumidores, e adaptado para compreender a satisfação do público interno.
A partir das respostas, é possível separar os funcionários em três grupos: os promotores (que respondem 9 e 10), os neutros (que dão notas 7 e 8) e os detratores (que respondem de 6 para baixo). A partir daí, já é possível identificar as pessoas que precisam de um cuidado extra, e estudar como engajá-las melhor no dia a dia da empresa.
Mas a conta não acaba aí. O eNPS pode ser utilizado para medir o nível de engajamento geral da empresa. Não por uma média simples das respostas, mas pela seguinte expressão:
(Número de promotores – o de detratores)
____________________________________ x100 = eNPS
Total de respondentes
Ou seja, subtrai-se o número de detratores do de promotores da empresa e se divide o resultado pelo total de respondentes. Depois, basta multiplicar o número resultante por 100 para ter o seu índice final.
Solução para empresas?
Uma startup de recursos humanos, a Vaipe utiliza o eNPS como um dos métodos de gestão de performance em seus clientes. A companhia aplica a pesquisa periodicamente, permitindo comentários e garantindo anonimato, e identifica os “gaps de engajamento” que podem ser explorados para melhorar esse resultado. Depois, treina os gestores para lidar com as dificuldades encontradas.
Os benefícios podem ser sentidos rapidamente no negócio, segundo a CEO da empresa, Adriana Barbosa. “Colaboradores engajados estão cinco vezes mais propensos a indicar a empresa para alguém, e três vezes mais propensos à inovação”, explicou durante o evento Tecnologia, Inovação & Startups na Gestão do Capital Humano, que reuniu startups com soluções para a área de recursos humanos em São Paulo.
Entre seus clientes, a startup identifica que, atualmente, os principais problemas de engajamento encontrados dentro das empresas são: comunicação ineficiente da companhia com o colaborador; e a falta do sentimento de realização profissional.
Alcançar a pontuação máxima talvez não seja possível. Empresas conceituadas e tecnológicas como Spotify e Facebook, por exemplo, têm eNPS baixo, segundo a Vaipe: 31 e 45, respectivamente. Mas é possível chegar a níveis melhores – um eNPS de 60 em uma empresa de médio porte já pode ser considerado um bom resultado.